Ter paz ou estar certo?

Olá!

Aqui é o Eric e depois que coloquei a minha seleção de músicas para escrever e coloquei o título, fiquei olhando para a tela por alguns minutos deixando a música me guiar e quando percebi o azul escuro da minha mente estava repleto de imagens e lembranças e algumas não foram tão confortáveis assim – Interessante isso e nem foi a minha intenção que estas imagens surgissem assim, “tão de repente” e do nada…. Bom, pensando bem, não foram do nada, né? O título as convidou para entrar e ok, está tudo certo, então aproveito para iniciar por aqui…

Durante muitos anos eu quis estar certo! Briguei, lutei, entrei em conflitos, estraguei sociedades, parcerias, relacionamentos e tudo isso (e mais um pouco) para ter razão! Algumas vezes consegui e subi no pódio “da” razão, mesmo sem ter ninguém para aplaudir, nenhum prémio para receber, mas subi e lá no alto, ocupando o primeiro lugar, o que tinha razão afinal, também descobriu que junto dessa vitória vinha alguma solidão! Outras vezes, por maior que fossem os meus argumentos e brava a luta, não consegui manter a “MINHA” razão e saí perdedor, triste, mal. Mas mesmo assim, sem ser reconhecido como “o” que estava certo, recebia sempre um prémio de consolação e por mais que às vezes este prémio mudasse, na maioria ele era a falta de energia, o desgaste emocional, a sensação de cansaço que “às vezes” parecia durar semanas.

Com poucas linhas escritas penso que sua mente sábia já deve ter a resposta para a pergunta que está no topo da página, certo? Pelo menos sabe que esta hoje é a minha resposta e não tenho dúvida que será sempre assim, que a minha escolha será ter paz ao invés de estar certo e no decorrer deste texto te incentivarei a também fazer esta escolha “e” outras tantas saudáveis e que juntas ou isoladas, poderão transformar sua vida.

Algumas vezes quando defendi este ponto de vista ouvi alunos meus me perguntarem se não brigar pelo que desejamos não é um sinal de fraqueza e claro que respondi com um enorme e bem entonado SIMMMM! E este mesmo aluno me perguntou se eu não estava sendo incongruente e não estou – Querer ter paz, não significa não lutar, não fazer de tudo para conquistar, não buscar forças externas para fazer acontecer! Querer ter paz é fazer tudo isso “e” mais um pouco sem ter que provar para as outras pessoas, sem brigar para que todos ao seu redor compreendam e espero que você aqui já esteja compreendendo isso.

Até hoje, neste momento atual da minha vida tenho algumas pessoas que me questionam (mais do que imaginam) e alguns destes querem trazer “teorias” do que é certo e errado “e” alguns até se atrevem a querer me provar que estou errado e sabe qual é a postura que aprendi a ter? Ouvir, prestar atenção e ser grato e sabe porquê? Porque não sou unânime em absolutamente nada nesta vida e sim, pode ser que alguma sugestão possa me ajudar, porém a maioria não soma, pois a pessoa que diz que eu estou errado, ela está se baseando em apenas um movimento que ela está vendo e não enxerga todos os outros que existem por trás daquele movimento, então na visão dela posso até estar errado, sim! Claro, mas na realidade não importa o que “ela” acha, o que importa é que estou focado fazendo acontecer dentro “da minha paz” e óbvio que nem sempre é assim, mas na maioria das vezes é sim!

Inclusive depois que decidi escolher ter paz ao invés de estar certo, observei que eu também muitas vezes estava do outro lado, criticando, julgando e apontando o meu dedo e inúmeras vezes balançando a cabeça de um lado para o outro pensando: Isso não vai dar certo! E com esta postura quase que imediatamente diminuí o meu julgamento e como ser humano que sou, às vezes dou por mim julgando, mas a minha mente treinada me faz sorrir, soa o meu alarme interno e logo saio daquele padrão de saber tudo e de julgar.

Sem medo de errar, direi que abandonar o trono de “julgador” nos proporciona uma sensação de leveza tão boa que é até difícil de descrever, só fazendo para perceber, pois no final, com a minha experiência toda de vida, com todos os meus títulos de “chato honorário da certeza suprema”, descobri que ninguém está certo, cada um tem é uma visão diferente da vida e está tudo certo sermos assim… Agora quando alguém insiste muito em querer controlar a minha vida, logo convido esta pessoa a usar os meus chinelos, para que possa seguir os meus passos, viver como eu e quem sabe assim ela possa compreender as minhas decisões. Ops, eu disse “as minhas”, ahh ok! Então…. As minhas decisões.

Às vezes tenho a impressão (a falsa impressão) que precisamos estar certos! Humm, deixa-me reformular esta frase – Às vezes tenho a impressão de que “precisamos” estar certos, sei lá porquê! Talvez para mostrar às outras pessoas que sabemos mais? Quem sabe para impressionar “outras” pessoas?! Ou simplesmente para preencher um vazio interno que necessita deste tipo de “poder” para preencher o Ego! Aiaiaia, este tal de Ego, ele se sente, não acha? Sempre querendo, de nariz empinado, fazendo questão de estar na frente!

Este ano (Dezembro), faço 44 anos! Uauuu, a idade está chegando e gosto de lembrar do jovem que eu era com 16 anos… Novinho… Casado, pai de uma linda menina (Thais), um desbravador, acreditava em tudo, em todos, era insaciável, tinha uma sede de poder e naquela época nem sabia o que significa a palavra paz e muito menos estar certo, pois a fase era de “ser esponja”, absorver, absorver e absorver….

Há uma semana atrás gravei um podcast sobre “deixar de ser esponja e se tornar filtro”, assista e se ainda não segue meu canal, esta pode ser uma oportunidade perfeita:

O tempo passou… Ou poderia dizer, voou…. quase 44 e hoje, falo para plateias imensas, tenho fila de espera no consultório, estou indo para o 4 livro e recebo dezenas de mensagens todos os dias falando do meu trabalho. Mas junto com tudo isso, recebo também críticas, às vezes até umas pedradas que vêm mesmo com a “intenção” de machucar, mas aqui pra nós até confesso que gosto de tudo isso, pois aprendo imenso com estes “ataques” e é este equilíbrio que me coloca na posição de estar em constante aprendizado. Okok, sim, às vezes dói um pouco, mas a vida não é feita apenas de confetes, né? Precisamos de um pouco de realidade também.

Quero que compreenda, por favor, que quando falo em escolher ter paz, não significa que nada vai lhe atingir, que apenas bons acontecimentos vão fazer parte da sua trajetória e aqui eu ia dizer (bom se fosse), mas nem sei se é bom vivermos dentro de uma redoma onde só coisas boas acontecem, senão aprenderemos como? Sempre por amor e somente pelo amor? Não sei se teria a sua graça…

De qualquer foram escolher ter paz ao invés de estar certo, faz com absoluta certeza que possamos ter a mente mais vazia, economizemos energia e na maioria das vezes temos a oportunidade de olhar um pouco mais distante para aqueles que desejam brigar, que aliás fazem questão de levantar a voz, bater na mesa e de estarem certos em tempo integral.

Eu não sei se é porque sou terapeuta, porém estou sempre analisando “ações” e a falta delas também rsss e muitas vezes observo em silêncio com a frieza que o momento exige e muitas vezes “até” vendo o facto devagar, por ângulos diferentes, em câmara lenta….Por ter aprendido a ouvir mais e falar menos, a fazer as perguntas certas em busca de respostas precisas, me tornei (penso eu) um ótimo observador, inclusive da minha própria vida e isso me faz na maioria das vezes compreender tantas coisas que nem imagina….

Experimente ser mais “ouvindo”, falar menos, bem menos, muito menos e ouvir com ouvidos mais clínicos, mais atentos… Acredito que pode ser um processo mais difícil no início, mas garanto que é tãoooo satisfatório com o tempo. Começa a compreender as situações ao seu redor, começa a abrir mão de tantas coisas e sem nenhuma dúvida valorizará outras e com o passar do tempo descobrirá o poder, o incrível poder de ter mais momentos felizes….

Espero que tenha sido para você tão bom quanto para mim estar aqui e “já” aproveito para deixar abaixo o meu instagram e facebook, caso queira assistir às minhas lives terapêuticas que acontecem às Terças (10h) e Quintas (20h), de Portugal.

Até ao próximo artigo,