EXTREMOS – 141/365

Na Dica Terapêutica de hoje quero abordar um tema que julgo ser interessante e creio que muitos dos meus leitores irão se identificar. Penso que uma vez identificando este padrão na sua vida, pode observar com um pouco mais de atenção e quem sabe fazer os ajustes necessários e compreenderá porque falo de ajustes.

Em consultório já tive diante de mim pessoas que realmente vivem nos extremos, ou estão muito bem ou estão muito mal, ou odeiam com todas as suas forças ou amam loucamente. Com o tempo fui observando que viver nos extremos das emoções é altamente prejudicial.

Eu tinha um colega de trabalho no Brasil que por qualquer coisa fazia uma grande festa, dava uma importância a algumas situações banais e simples que quando um facto era realmente importante e merecia aquela festa toda, recebia o mesmo entusiamo, pois ele não sabia dosear o seu entusiasmo. Então tudo era mega, ulta incrível e transmitia isso de uma maneira intensa, porém quando estava mal tudo era um grande problema e quando digo grande eu estou dizendo mesmo GRANDE! Gigante, exagerado.

Penso eu que viver nos extremos não tem nada de saudável e devemos saber a dose certa de emoção a colocar no que fazemos, pois existe uma grande diferença em nos entusiasmarmos por algo que (merece) o nosso entusiamo e você se entusiasmar porque a maquina de café fez o café, cumprindo o que ela simplesmente já faz muito bem todos os dias.

Sei que cada pessoa é única e cabe apenas a ela medir o seu grau de alegria ou tristeza e cada um se expressa à sua maneira. Não quero aqui podar ninguém, apenas trago a sugestão da observação, para aos poucos buscarmos o equilíbrio emocional em nosso dia a dia já que as emoções podem se tornar um vício e quando percebermos, podemos estar altamente viciados a viver nos extremos. Agora pensa comigo, como é ruim viver assim, né?

Há poucos dias atrás eu atendia uma pessoa via Skype (sessão Coaching) e ela fazia um drama gigante em cima de uma situação que não merecia tudo aquilo. Então coloquei-lhe a questão dos extremos. Não só ela gostou da ideia, como também me trouxe outras situações parecidas e me disse que desde pequena via a mãe também a dramatizar a vida e chegou à conclusão de que na verdade este “padrão” foi copiado da mãe.
É normal em algum momento da nossa vida darmos importância a alguma situação que nem merece a nossa atenção, quanto mais importância, compreende? Aí fazemos daquela pequena cena (um copo de água), um filme de suspense com trechos de terror (Uma intensa tempestade) e uma vez não prestando atenção, o que vem a seguir? Outras situações idênticas e quando damos conta estamos vivendo nos extremos das nossas emoções.

Em um seminário (MAI – Mudanças de Alto Impacto), uma aluna disse que vinha de uma família Italiana, sangue quente e todos eram muito intensos e qual o problema de viverem nos extremos? Lembro que aquela pergunta enriqueceu a aula e espero que enriqueça a dica aqui! Atenção que ser intenso não significa viver nos extremos, pelo menos na minha opinião.

Podemos ser intensos em fazer algo e colocar toda a nossa energia para conquistar aquilo ou comemorar aquela vitória, mas não colocamos intensidade para ficar tristes, entende? Não colocamos intensidade em algo que com certeza vai nos deixar pior. Já viver nos extremos é uma hora ser 8 e outra ser 80! Ou estou muito feliz ou muito triste e porque não posso apenas estar bem?

Eu já estive nesta gangorra de bem e mal, frio e quente e gostava desta “adrenalina toda, porém hoje vivo uma situação mais tranquila e sinceramente o morno me satisfaz mais. O tempo me ensinou que viver nos extremos é aumentar consideravelmente o nível de stress, carrega a mente de dúvidas, de incertezas e esta (instabilidade) toda realmente não nos faz bem…. Mesmo que não! Nem um pouquinho!

O meu convite hoje é que realmente apenas observe os seus pensamentos, as suas atitudes, ações e perceba se está vivendo lá e cá e se está gostando disso! Se é para viciar em algo, que seja em algo que realmente contribua para colocar na sua boca sorrisos dos mais genuínos! Se é para viver de verdade, que seja usando a intensidade para inspirá-lo dia após dia a ter mais momentos felizes!

Um dia morno… Sim! É o que eu desejo.