Quando o AMOR acaba?

Nº58| Para Refletir | Eric Pereira

Já recebi inúmeras vezes esta pergunta e sempre que respondo: “Ele não acaba! Se “algo” acabou, podia ser muita coisa, mas não era amor!” Em algumas vezes sou criticado por responder desta maneira e já pensei que o meu lado “romântico”, pode estar aqui falando mais alto, mas como é possível acabar algo que é tão profundo e incrível?

Eu já me confundi e achei que amava e achei MESMO! Até perceber que tudo ficou estranho e busquei este “amor” em sinais que acreditava ser amor, até conhecer a mulher que hoje sei que amo! Mas até chegar aqui tive muitos momentos mergulhado “em sofrimento”, descobri somente depois, e põe depois nisso, que tive tudo (menos) amor em minhas outras relações.

Tive uma época da minha vida que decidi trabalhar com casais e foram os 11 meses mais complexos da minha vida, pois atendi centenas de casais e este é sim um tema muito complexo (penso eu), pois a “carência”, a “dependência”, o “medo da solidão” e até a “empatia” e “carinho” são muito fáceis de serem comparados com amor e por favor, lembre-se que não sou um especialista em “amor”, apenas tenho uma forte opinião terapêutica pelo tema “e” já vivi fases menos boas que foram sim, confundidas com amor e sabe que estar com estes casais até que me fez bem? É, enriqueceu muito as coisas “aqui” dentro, mas na época não pensava de todo assim…

Já atendi muitasssssss mulheres que relatam seus casamentos como “fracasso total”, fuga para sair de casa, falta de opção, baixa auto estima, até dizem “melhor ele do que sozinha” e tantas outras coisas que nem seria muito elegante compartilhar, mas quando perguntava porque é que elas ainda continuavam casadas, a maioria dizia coisas do tipo: “Quem vai me querer agora?”, “Depois de tantos anos, largar o osso?”, “E o que farei da minha vida?” “Não quero estragar a minha família” e respeito os motivos de todas elas, apesar de não concordar, mas respeito e até compreendo a dificuldade que deve ser recomeçar do zero dentro do campo amor, mas uma coisa sempre disse a todas elas: Então pelo menos se ame! Se valorize, se reinvente e sinta-se realmente uma pessoa especial!

Eu acredito que o verdadeiro amor, nunca acaba! Ele pode até ficar de lado, ser esquecido, ser deixando para amanhã por distrações, ego ou coisas que ocupam a na nossa mente e nos fazem viver (pre)ocupados e tensos, mas sinceramente se olharmos com atenção e colocarmos um pouco de emoção, de atenção, ele nasce mais rápido que qualquer outra coisa, ou melhor… “ele não nasce”, ele volta!

Infelizmente o mundo de hoje é extremamente competitivo e estamos muitas vezes ocupados com tantas coisas que esquecemos de como tudo começou, mas se quer uma dica poderosa, volte a lembrar de como tudo começou…. Lembre-se dos momentos que ficava sem fôlego, que sentia emoção, saudade, tesão, vontade e que às vezes se sentia mesmo fora do ar….

O amor não acaba…

E se sente que ama verdadeiramente, eu vivamente digo que deve resgatar cada momento… Às vezes ouvindo algumas clientes falarem sobre suas decepções na vida amorosa, fico realmente triste, pois existem algumas coisas que acredito que todos nós deveríamos viver pelo menos uma vez nesta vida e uma delas é a oportunidade de amar, de sermos amados e entendo que a fase da paixão é muitas vezes avassaladora, mas o “amar”, o “ser amado” é melhor ainda, pois é mais forte, mais sólido, cheio de certezas e a vida se enche de alegria…difícil até de descrever aqui…. Porém sei que os entendedores, entenderão….

E se por algum motivo a sua vida (conjugal) esteja mais distante e acredita que exista amor, não se mantenha afastado, não se isole, não troque… Ao invés disso se liberte, mergulhe na relação, compreenda o que se passa, melhore sua comunicação, fale e aprenda a ouvir!

Outro dia uma cliente me dizia que depois de 28 anos de casada, achava que o amor tinha acabado! E depois de muita conversa (entre nós), ela percebeu que estava achando de mais, mas nunca perguntou a ele, nunca teve a coragem de conversar e assim o fez. Na sessão seguinte ela me disse que ele riu, que a abraçou como há muito tempo não fazia e disse que a amava e talvez ali naquela relação tudo que faltava era um dos dois tomar a iniciativa de reaproximar e agora estamos na fase de construir uma vida melhor. Na última sexta ela me escreveu dizendo que estão conversando mais e ela o convidou para ajudar no jantar e ele foi…

Acredite no que vou dizer aqui!

Às vezes é uma questão de iniciativa, de usar as palavras certas, de dizer com um sorriso no rosto, às vezes é o “toque” na pele, o olhar nos olhos e com absoluta certeza saber ouvir, ler os sinais enviados pela outra pessoa. Puxa vida, como isso é verdadeiro! Às vezes vamos dentro do “mundo casal”, construindo mundos diferentes e isso é muito fácil de acontecer e entramos em uma zona de conforto incrível e ficamos ali, cada um acreditando que está dando seu melhor e invertendo as “prioridades”. Quer ver um exemplo claro disso?!

Lembro de atender um casal no meu consultório no Funchal (2018), onde ele dizia que estava fazendo tudo para aquele casamento dar certo, pagava as contas, colocava comida dentro de casa e ainda poupava algum para a velhice dos dois. Já ela dizia que estava fazendo a sua parte, pois criou os 2 filhos, cuidava da casa e todos os dias colocava a comida na mesa “e” ele durante estes anos todos sempre teve tudo quentinho…. Engraçado, né? Ambos estavam fazendo sua parte como casal que assumiu papéis em um lar, mas onde estava o amor? Ele existia? Claro que simmmmm! Nestas ações que cada um fazia, porém, a comunicação deles não era suficiente! Poxa vida, é tão difícil assim de entender?

Trabalhamos o que estava fora da “zona de obrigações” assumidas e logo construímos um ambiente delicioso para ambos, eles aprenderam a se ouvir e mais uma vez a comunicação mudou toda aquela relação. Não sei você, mais eu acho isso MESMO lindo!

Eu entendo que existem muitos casais que estão juntos “e” no início ficaram por muitos motivos, (menos) porque se amavam e cada caso é um caso, mas para eles sempre digo: “se não existe amor, que exista respeito, que exista cumplicidade, que existam bons diálogos, pois ninguém merece conviver com pessoas tóxicas, doentes e problemáticas.”

Mas eu deste lado continuo acreditando que o amor pode estar em todos os lugares que pode surgir de formas muito diferentes e o que é amor para mim, pode não ser para você, porém defina como definir, dentro do AMOR, não existe espaço para o medo, para o afastamento, para o depois, para gritos, para a razão e muito menos para disputas onde apenas um ganha! Na minha opinião, no amor vivemos bem, em paz, em Sincronicidade.

Desejo que continue amando, resgatando, aumentando, melhorando, recebendo, entregando, amando de todas as maneiras que conseguir amar e quando sentir que tudo está fluindo…. Ahhhh, neste momento perceberá que neste “fluir” existe amor!

Até já,